
Onyx Lorenzoni
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Projeto irónico de senador prevê que corruptos que pedem desculpa pelos seus atos sejam perdoados. Uma provocação aos braços-direitos de Bolsonaro.
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Apesar de irrelevante enquanto deputado, Onyx Lorenzoni nunca passou despercebido em Brasília por causa do nome incomum. Agora é celebridade no Brasil por ser o número dois do presidente Jair Bolsonaro para a área política.
Mas como o novo governo foi eleito no contexto de livrar o país da corrupção, uma doação de 100 mil reais ao deputado não declarada - e portanto criminosa - da empresa JBS, em 2014, vem assombrando a sua ascensão ao solene cargo de ministro chefe da Casa Civil.
Outro braço direito de Bolsonaro, mas para a área da justiça, o ainda juiz Sergio Moro foi confrontado com a situação. Afinal, como se sentiria o símbolo da luta contra a corrupção ao lado de um, no fim das contas, corrupto.
Moro respondeu que Onyx admitiu ter recebido a quantia. "E até pediu desculpas", acrescentou o ex-chefe da Lava-Jato.
Vai daí, Roberto Requião, senador do MDB, o partido de Michel Temer, avançou de imediato com um projeto-lei a que chamou de Lei Onyx. No projeto fica estabelecido que crimes eleitorais de organização criminosa terão perdão judicial no caso de o prevaricador pedir desculpas.
Diz Requião, num projeto-lei entendido apenas como irónico e uma provocação a Onyx e Moro, que o novo governo será muito beneficiado. Porque Paulo Guedes, o número dois de Bolsonaro para a economia, também já é investigado por fraudes financeiras.