Um compositor italiano, residente em Londres há 15 anos, lidera um movimento que dá voz aos receio dos europeus que temem o futuro no Reino Unido.
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Chama-se the3million (três milhões) mas estima-se que cheguem a quatro milhões e meio, os europeus no Reino Unido, que vivem na incerteza do Brexit. O movimento formou-se depois do referendo e até já perdeu uma das dirigentes que abandonou o país.
Os que ficam não baixam os braços. É o caso do italiano Dimitri Scarlato, que continua a dar a voz e a cara pelos europeus, aqueles que não votam, mas para quem a vida já mudou.
"Londres é uma bolha, mas mesmo aqui, alguma coisa mudou. Há mais raiva e uma divisão maior no país, porque os britânicos não lidaram bem com isto. Estamos à beira do populismo em todo o mundo e acho que estas eleições são o exemplo de como às vezes, os políticos querem apelar mais ao lado emocional, em vez de mostrar provas e factos. Uma questão como o Brexit vai mudar a vida a muita gente e os britânicos deviam ter dado outro exemplo", disse à TSF Dimitri Scarlato.
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Residente em Londres há 15 anos, Dimitri lembra que depois do Brexit sentiu-se desconfortável. "Não me sinto racialmente ameaçado pelo Brexit, mas pela primeira vez, em algumas ocasiões, não me sentia à vontade a falar italiano em transportes públicos. Nunca me tinha acontecido antes", frisa o compositor italiano.
Os três milhões não apoiam qualquer partido. Fazem questão de manter a neutralidade, para poderem continuar as reivindicações seja quem for o vencedor. Dimitri Scarlato não comenta por isso, as propostas para os imigrantes, mas como músico, até compôs a peça Limbo, para mostrar como se sentem os europeus no Reino Unido.
"Tentei incorporar todas as ansiedades e preocupações das pessoas nesta peça musical. Alguns sentem-se mesmo no limbo, porque até este prolongamento, viviam à beira do precipício de um não acordo."