O México está em alerta com uma nova crise migratória na América Central. Pelo menos mil emigrantes hondurenhos chegaram ontem à fronteira com a Guatemala e começaram a entrar em Chiapas. Destino: EUA. Mas Donald Trump já avisou que não vai tolerar a chegada de mais migrantes ilegais.
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A chamada "Marcha dos Migrantes" saiu no sábado da cidade de San Pedro Sula, no norte da Honduras. Famílias inteiras vêm a pé, em caravana, com os olhos postos nos Estados Unidos.
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O México fecha a porta aos indocumentados. As autoridades mexicanas enviaram mais de 240 polícias para reforçar a vigilância da fronteira sul. Prioridade: proteger os migrantes com documentos válidos para entrar no país, como explicou à imprensa o Comissário da Polícia Federal, Manelich Castilla: "A nossa parte é apoiar o Instituto Nacional de Migração para que possam realizar a sua função, salvaguardando os direitos humanos das pessoas, que quem queira entrar no país conte com as garantias de que, tendo os requisitos, podem fazê-lo."
A tolerância zero do México com a imigração ilegal é inédita, mas tem a suas brechas. A "Marcha de Migrantes" já chegou a Tapachula, porta de entrada da imigração ilegal no sul do país. Em entrevista à TSF, a diretora do albergue de migrantes "Jesus o Bom", conta que as instituições de caridade de Tapachula acolhem 180 hondurenhos.
Olga Sánchez teme o colapso da rede de apoio: "Vêm mais de três mil pessoas. O problema agora é Trump, porque ele diz que não vai receber ninguém nos Estados Unidos, isso indica-nos que todos vão ficar no México. Se entrarem aqui metade dessas pessoas, o que vamos fazer?"
A pressão de Donald Trump é real. Esta semana, o Presidente dos Estados Unidos ameaçou retirar toda a ajuda externa às Honduras, Guatemala e El Salvador, caso não sejam capazes de deter as ondas migratórias.
Em reposta, as autoridades guatemaltecas prenderam e deportaram o organizador da caravana de migrantes, o ex-deputado hondurenho Bartolo Fuentes.
Esta é já a segunda marcha de migrantes centro-americanos este ano. Em março, milhares de centro-americanos cruzaram o México e chegaram à fronteira com os Estados Unidos. Na altura, Donald Trump ameaçou enviar o exército para a fronteira para deter a caravana, o que nunca aconteceu.