Capital espanhola vai ter controlos à entrada e à saída da cidade. Governo acusa a presidente da Comunidade de Madrid de não ter apresentado medidas para travar o contágio.
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Esgotou-se a paciência. Foi desta forma que o ministro da saúde, Salvador Illa justificou a aplicação do estado de emergência a Madrid durante os próximos 15 dias.
"Esta semana morreram 63 pessoas por Covid-19 na comunidade de Madrid. Agora mesmo há 3361 pessoas hospitalizadas e 498 pessoas nos cuidados intensivos. A partir daqui a paciência tem limites. Não há pior cego que o que não quer ver", atirou o governante.
A decisão vem na sequência da sentença do Tribunal Superior de Justiça, que anulou ontem as restrições impostas pelo Executivo. O Tribunal considerou que, ao afetarem direitos e liberdades individuais dos cidadãos, as medidas teriam de ser incluídas num quadro legal de exceção e que só uma modificação da lei ou o Estado de emergência podiam justificar a intromissão do Governo na Comunidade autónoma.
Às portas de um fim de semana prolongado, já que segunda feira é feriado nacional, o Governo deu um ultimato a Madrid: ou apresentava medidas até ao meio dia ou seria decretado o estado de emergência.
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"A presidente da Comunidade de Madrid decidiu não fazer nada. É muito importante que o alto nível de contágios de Madrid não se propague ao resto de Espanha. Como consequência, anuncio que o Governo decidiu declarar o estado de emergência para dar cobertura às medidas declaradas no passado dia 30 de setembro", explicava o governante.
A partir desta mesma tarde os madrilenos já não podem sair nem entrar na cidade a não ser por razões de força maior. Não se trata de um confinamento, uma vez que dentro da cidade não há restrições à mobilidade. As medidas incluem ainda o fecho de bares e restaurantes às 23h00, a redução dos ajuntamentos para seis pessoas e a limitação da lotação para 60% em espaços abertos e 50% em espaços fechados.
Para garantir que os cidadãos cumprem as medidas o ministro do Interior, Fernando Maslaska anunciou que a polícia nacional e a Guardia Civil farão controlos à entrada e à saída da cidade: "Desenvolveu-se um dispositivo formado por mais de 7.000 polícias nacionais e guardiãs civis. Vão estabelecer-se controlos em vários pontos de saída e nas principais infraestruturas de transporte colectivo."
O estado de emergência dura 15 dias. Se após esse período o Governo decidir ampliá-lo, terá de passar pela aprovação do Congresso dos deputados.