O presidente da Colômbia inicia esta segunda-feira uma visita de estado a Portugal. Juan Manuel Santos vai receber um doutoramento honoris causa na Universidade Nova.
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Os sinais estão à vista. O presidente da Colômbia salienta que desde que foi assinado o acordo de paz não se registou um único confronto entre as forças armadas e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Em entrevista ao Diário de Notícias, Juan Manuel Santos dá conta dos avanços conseguidos, por exemplo, na desminagem de 40% do território afetado por minas pessoais ou no trabalho de substituição da cultura da coca, principal fonte de subsistência para muitos camponeses.
São alguns dos argumentos com que o prémio Nobel da paz em 2016 procurará estreitar as relações económicas com Portugal, um dos objetivos da visita de estado que hoje se inicia.
Os casos da Jerónimo Martins e do grupo Pestana, já com presença na Colômbia, servem de exemplo para outras empresas portuguesas investirem num país que deverá crescer este ano acima dos 3%. A paz, claro, está a dar uma ajuda em contraste com o que se passa noutro país da América Latina - a Venezuela. Juan Manuel Santos está muitíssimo preocupado, apela a uma saída pacífica para a crise, sublinha que não convém a ninguém que se consolide uma ditadura num país tão importante.
A entrevista ao Diário de Notícias termina com uma pergunta sobre os planos do Nobel da paz quando deixar a presidência da Colômbia. Fica uma certeza: Juan Manuel Santos não quer permanecer agarrado ao poder, o jornalismo continuará a correr-lhe nas veias mas o que gostava mesmo era escrever e, se possível, ser professor.