Presidente da República do Brasil, foi gravado em Março, no seu gabinete, por empresário num caso que ainda lhe pode custar o cargo. Medida abrange todo o governo.
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Michel Temer tomou uma atitude: depois de ter sido gravado pelo empresário Joesley Batista, durante uma reunião clandestina na sua residência oficial, fora do horário de expediente e à revelia da sua agenda governamental - um encontro que ainda lhe pode custar o cargo de presidente do Brasil - comprou um misturador de voz.
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O aparelho emite uma frequência sonora que danifica as vozes na conversa. Se a polícia, por exemplo, quiser ouvir uma gravação de algum interlocutor de Temer não escutará mais do que um chiado ininteligível.
O misturador de voz que permitirá a Temer conversar com quem quiser sem temer ser gravado foi colocado também nos gabinetes dos seus quase 40 ministros. Como o preço de cada aparelho é de cerca de 7 mil euros, o custo total da operação girará em torno de 250, 300 mil euros pagos pelos contribuintes.
Temer foi gravado a tentar comprar o silêncio de um eventual delator na Operação Lava-Jato, ouviu sem se incomodar relatos de compras de juízes e de procuradores e designou um homem da sua mais estrita confiança, Rocha Loures, como canal de comunicação entre a presidência e o empresário Joesley Batista. Rocha Loures foi filmado dias depois a receber uma mala com o equivalente a 300 mil euros de um emissário de Batista.
Quarta-feira a Câmara dos Deputados decidirá se a investigação que a polícia moveu ao presidente segue os trâmites normais ou não. Caso siga, Temer será afastado do cargo por, pelo menos, seis meses.