Candidato nas últimas presidenciais francesas alvo de investigação e surpreendido com buscas judiciárias. Primeiro-ministro considera palavras e atitudes de Mélenchon, que já foi ouvido pelas autoridades, como "enorme violência".
Corpo do artigo
Jean-Luc Mélenchon reagiu com agressividade a buscas domiciliárias e na sede do partido, empurrou um promotor de justiça e 'atirou-se' aos polícias responsáveis por realizarem a operação, nomeadamente a apreensão de documentos.
Os momentos foram filmados e, entre eles, uma frase ecoou em toda a imprensa francesa e internacional. "A República sou eu!", disse Mélenchon - do movimento França Insubmissa (France Insoumise, de esquerda) - em tom agressivo e dirigindo-se a um dos agentes de autoridade.
1052623794450325505
Além das imagens que circulam na Internet, há um vídeo gravado pelo próprio político durante as buscas, transmitido em direto, onde Mélenchon diz ser alvo de perseguição política há diversos meses. Nas imagens é possível ver o deputado com a faixa oficial ao peito com as cores da bandeira francesa.
https://www.facebook.com/JLMelenchon/videos/1389245074542796/
As buscas em causa foram realizadas pelo Departamento de Combate à Corrupção e Infrações francês devido a empregos fictícios de assistentes parlamentares europeus e às contas da campanha de Mélenchon durante as presidenciais.
O Ministério Público de Paris acabou por abrir uma investigação ao caso, onde refere que Mélenchon foi responsável por "ameaças ou atos de intimidação contra a autoridade judicial" e "violência contra pessoas depositárias da autoridade pública".
O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, já reagiu e mostrou-se chocado com a "enorme violência" contra polícias e procuradores.
"As imagens que eu vi são de uma enorme violência contra elementos da polícia que cumpriam a sua missão, uma enorme violência contra procedimentos que não partem do Governo", disse o primeiro-ministro na Assembleia Nacional, em resposta a um deputado daquele partido.
A BBC revela que o líder daquele movimento de esquerda já foi ouvido esta pela polícia francesa devido à investigação em causa relacionada com os empregos fictícios.