
Ricardo Oliveira Duarte/TSF
O antigo presidente Lula da Silva deixou uma mensagem a Portugal através dos microfones da TSF.
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Com a camisola vermelha encharcada, o cabelo molhado de tanto suor, engolido por uma mistura de seguranças e gente a querer tocar-lhe, cumprimentá-lo, tirar uma selfie...
Lula da Silva demorou vários minutos a percorrer poucos metros, e antes de chegar a umas escadas que o levariam dali para fora, reagiu a uma interpelação: o que tem a dizer para Portugal, Lula?
"Estamos numa luta muito fera aqui no Brasil para reconquistar a Democracia. A solidariedade do povo português e o sucesso do presidente António é muito importante para o Brasil e para Portugal".
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Antes da confusão, nesta declaração exclusiva à TSF, entre presidente e primeiro-ministro em Portugal, Lula tinha discursado durante cerca de meia hora, no estádio Pituaçu, em Salvador.
Enalteceu o papel do Fórum Social Mundial, que termina este sábado na capital da Bahia, mas voltou as forças, sobretudo, contra quem o ataca.
"Eu não vou morrer porque ainda tenho de prestar contas ao povo brasileiro", disse Lula, "a minha carne pode ir embora, mas as minhas ideias e as vossas já tomaram conta deste país".
E no dia em que a equipa de advogados que o defende apresentou mais um recurso, para tentar evitar que seja preso, Lula da Silva deixou uma garantia: mesmo que o fechem numa cela, não o vão fazer desaparecer.
"Querem-me prender para calar a minha voz? Eu falarei pela vossa voz. Querem-me prender para ficar preso numa cela e não poder andar? Eu andarei pela vossa perna. Querem-me prender para a minha cabeça não emitir pensamentos? Não tem problema, eu pensarei pela vossa cabeça".
Lula que admite, num livro que será lançado esta sexta-feira em São Paulo, que está pronto para ser preso.