João Pedrosa decidiu ficar na cidade chinesa que é o epicentro do novo coronavírus. Agora, escreve no site da TSF sobre o estranho dia a dia em Wuhan.
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Neste sábado de Entrudo, ao 31.º dia de bloqueio da cidade de Wuhan, a vida no meu bairro continua a desenrolar-se pacificamente.
Os seus portões continuam encerrados.
Nas ruas apenas é possível ver os residentes que se deslocam calmamente, devidamente protegidos, aos pontos de recolha de suprimentos.
Um ou dois grupos de voluntários fazem rondas matinais solicitando às pessoas, através de megafones, para se manter em casa e que cumpram com as necessárias medidas de prevenção.
Todos os dias a recolha do lixo é efectuada - durante todo este tempo de quarentena, não houve um só único dia que tal não fosse feito.
Todos os dias, as ruas são varridas, os canteiros de flores tratados e as árvores regadas.
Todos dias, os funcionários de desinfeção pulverizam os passeios.
Os elementos da segurança continuam a fazer as suas patrulhas, tal como o faziam antes da quarentena.
No entanto, os jardins e os parques continuam desertos.
Os carros continuam há mais de um mês estacionados nos mesmos lugares... as pessoas também...
Mais de 10 milhões de habitantes de Wuhan continuam há mais de um mês "tranquilamente estacionados" dentro dos seus lares.
João Pedrosa
Wuhan, 22 de Fevereiro de 2020 (Dia do Pensamento)