
Andrea Comas/Reuters
Luis de Guindos diz que o "Não" dos gregos torna as coisas "mais difíceis", mas não deixa de apontar o dedo aos credores.
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A "troika precisa de auto-crítica e um curso de relações públicas". A certeza é do ministro espanhol da Economia, que reafirmou esta manhã, em conferência de imprensa, que a Espanha continua disponível para negociar um terceiro resgate à Grécia. Luis de Guindos considerou que o "não" dos gregos "torna tudo mais difícil", mas isso não altera o essencial: Atenas "tem de cumprir as regras" e "as reformas são inevitáveis". Apesar disso, o ministro responsável pela economia espanhol não poupa palavras duras para criticar a atitude da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, que necessitam de "auto-crítica" e de "um curso de relações públicas".
Em Espanha, também o Podemos, "partido-irmão" do Syriza grego, já comentou o resultado do referendo e a demissão de Yanis Varoufakis. Entrevistado pela rádio Cadena Ser, Pablo Iglesias avisou que, sem o polémico ministro grego das Finanças, Bruxelas "já não desculpas" para não reatar o diálogo. O secretário - geral do Podemos define a demissão de Yanis Varoufakis como um "gesto de audácia e valor", que "honra" o ministro demissionário. Considera Iglesias que, sem Varoufakis, os credores já não têm argumentos para "não negociar um acordo justo".
A poucas horas do encontro entre François Hollande e Angela Merkel, o ministro francês das Finanças avisa que o financiamento do BCE a Atenas não pode ser reduzido. Em Itália, o chefe do governo, Matteo Renzi pede uma "solução permanente". E na Grã-Bretanha, que não faz parte do Euro, uma porta-voz de David Cameron sublinha que "é do interesse britânico" que a Grécia continue na moeda única europeia.
Nas últimas horas, as agências internacionais deram também conta de conversas telefónicas do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, com o Presidente do BCE, Mario Draghi, e com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin. Mas o conteúdo dessas conversas ainda não é conhecido.