A França garante que conseguiu cultivar este fungo que chega a custar seis mil euros o quilo e até agora só existia no noroeste de Itália, na região de Piemonti, durante algumas semanas por ano. À TSF, o chef Henrique Sá Pessoa diz que seria um milagre.
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Chama-se trufa branca de Alba, o nome da região italiana onde cresce naturalmente. Já muitos tentaram, mas ninguém conseguiu, até hoje, cultivar esta trufa noutro local do mundo.
"Até cá, no Alentejo, houve há uns anos uma tentativa de criar uma trufa branca portuguesa, mas não resultou", comenta descrente o chef Henrique Sá Pessoa. Acrescenta que seria preciso reproduzir condições que a natureza tem mantido secretas, seria "como que pedir um milagre a Deus".
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França garante ter conseguido o "milagre", desenvolveu um método que permite cultivar a trufa, o que a ser verdade é algo inédito. O argumento, além de gastronómico e financeiro, é que será uma forma de salvar o preciso fungo das alterações climáticas. A notícia mereceu até comentários do governo de Paris.
Por cá, Henrique Sá Pessoa é um dos poucos chefs que já teve trufas brancas na ementa, lembra-se de ser pedido algo frequente de alguns clientes mais exigentes quando trabalhou no Lapa Palace, em Lisboa. "Gosto muito, mas não uso, hoje em dia prefiro os produtos portugueses".
E a pergunta que andará nesta altura por mentes nada experimentadas em tamanho exotismo... afinal a que sabe a trufa branca?
Com um toque de irritação, o chef responde que não é uma questão de sabor. Tão perdido em dificuldades para explicar o inexplicável, responde: "É como perguntar-lhe a que sabe um perfume!"
Hesitante oscila entre o "cheira a gás", "é como o alho" ou "não é coisa que se meta à boca sem mais nada".
"Para saber a que sabe, não há como provar", conclui Sá Pessoa e deixa um único consolo "também há quem tenha provado e não goste".