Foram enviadas 81 cartas com o intuito de recolher informação que permitam analisar as suspeitas que recaem sobre Donald Trump.
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Pode ter sido dado, esta segunda-feira, um primeiro passo para um possível processo de destituição do presidente dos Estados Unidos. A comissão judicial da Câmara dos Representantes anunciou que vai promover uma investigação ampla à campanha, negócios e administração do presidente Donald Trump.
Para isso, foram enviadas 81 de cartas, com o intuito de recolher o máximo de informação possível, pedindo acesso a documentos que permitam analisar as suspeitas de obstrução à justiça, corrupção e abuso de poder.
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À TSF, o investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), Tiago Moreira de Sá, reconhece que "a vida de Trump não está fácil" e relembra que o processo de destituição é mais provável do que nunca, embora os democratas tenham alguns obstáculos pela frente.
"A vida de Trump não está fácil. Neste momento, o que se pode dizer é que a probabilidade do início de um processo de impeachment (destituição) é maior hoje do que era há alguns meses atrás. Não quer dizer que ele vá começar, e mesmo que comece não quer dizer que depois seja bem-sucedido. A grande conclusão é a de que é hoje mais provável do que era há alguns meses atrás. É uma tentativa séria, por parte dos Democratas, na Câmara dos Representantes, de dar início a um processo de impeachment", reconhece.
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Para determinar o sucesso desta tentativa há, agora, duas questões decisivas: "se conseguem provar, ou não, que houve conluio de Trump com a Rússia. Segundo, se conseguem provar, ou não, que houve obstrução à Justiça por parte do presidente norte-americano." Junta-se a este um terceiro momento-chave: "quando se souber o resultado da investigação do procurador especial", Robert Mueller.
O investigador do IPRI realça, no entanto, que na base de apoio de Donald Trump, nada muda.Tiago Moreira de Sá sublinha que estas questões podem, no entanto, vir a convencer alguns abstencionistas a não votar em Donald Trump nas próximas eleições presidenciais.
"Não acredito que isto que tem acontecido até agora tenha um impacto negativo sobre a sua base de apoio. Pode é levar a que, nas eleições de 2020, possa haver uma mobilização dos democratas e daqueles que, não sendo democratas, não gostam do Trump e que às vezes são abstencionistas, possam vir a votar contra Trump nas próximas eleições", defende o investigador.
As cartas dos democratas têm que ter resposta nas próximas duas semanas.