Iaia Dabó, irmão do ex-ministro do Interior Baciro Dabó, foi esta terça-feira morto em Bissau, suspeito de ter sido o assassino de um polícia durante o conflito entre militares na última madrugada.
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A notícia foi avançada por uma fonte policial que não quis dizer as circunstâncias em que Iaia Dabó, um major da polícia retirado do activo, foi abatido. Apenas confirmou que o seu corpo se encontrava no hospital Simão Mendes, em Bissau, para onde foi transportado.
Iaia Dabó, segundo a mesma fonte, citada pela Lusa, era procurado pela polícia, acusado de ter sido o autor dos disparos contra um agente da polícia de protecção pública que, depois de ter sido transportado para o Senegal, acabou por falecer esta terça-feira à tarde.
Questionada se houve um ajuste de contas entre a polícia e Iaia Dabó, a fonte disse não ter mais informações a prestar.
Fernando Gomes, ministro do Interior guineense, disse esta terça-feira de manhã que o polícia que morreu em Dacar terá sido atingido a tiro quando se deslocou para a residência de um deputado, no bairro de Luanda, onde alegadamente estariam escondidos um grupo de militares.
«Tivemos a informação de que estavam escondidos na casa desse político alguns elementos da rebelião e armados. Quando os agentes lá chegaram, foram recebidos a tiro. Um dos nossos agentes foi atingido com oito tiros no corpo», disse o ministro do Interior.
Iaia Dabó era major da polícia, mas estava fora da corporação desde a morte do seu irmão mais novo, o ex-ministro e deputado, Baciro Dabó, assassinado em Junho de 2010 em circunstâncias ainda por esclarecer.
Desde essa altura, Dabó era visto nas acções políticas de um grupo de partidos da oposição que clamam pela justiça, que se tem manifestado em Bissau contra o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, a quem o grupo acusa de ter contas a prestar à justiça pelos assassínios de dirigentes políticos.
Iaia Dabó, conhecido também pela sua participação na guerra civil de 1998/99, ao lado do Presidente "Nino" Vieira, era dos que mais se insurgiam nas manifestações políticas contra o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
Não tinha nenhuma filiação partidária conhecida. Chegou a ser comissário da policia na região de Farim, no norte da Guiné-Bissau.
Iaia Dabó é a segunda vítima mortal confirmada do conflito entre militares que marca o início da semana na Guiné-Bissau, do qual resultou entre outros, na detenção do Chefe do Estado-Maior da Armada, contra-almirante Bubo Na Tchuto.