Nem sempre os irmãos Abdeslam cumpriram as leis do Islão a rigor. Oito meses antes dos atentados de Paris, eles divertiam-se numa discoteca de Bruxelas e agiam como qualquer outro jovem.
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O grupo todo dança.
Brahim Abdeslam vê-se com facilidade. Está de cigarro na mão, a fumar e meter conversa com uma rapariga loura. Salah Abdeslam também aparece. Mais atrás, com uma camisola laranja. Está a dançar ao som de Lacrim, rapper francês, muito apreciado pelos dois.
A data é 8 de fevereiro de 2015.
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Oito meses depois iriam tornar-se nos homens mais odiados da Europa.
Brahim fez-se explodir num café no 11º bairro de Paris. Salah acabou por ser o único suspeito dos ataques terroristas que ainda está vivo. O mais novo dos irmãos fugiu mas acabou por ser apanhado em Bruxelas. Horas depois, explodiram outras três bombas na capital belga.
Alguns amigos dos irmãos ainda não compreendem como é que em tão pouco tempo eles se radicalizaram.
Dois deles forneceram à CNN o vídeo onde os Abdeslam dançam e se divertem noite fora. Ambos garantem que Salah gostava de se divertir. O mais velho, Brahim, era mais sério. "Eram boas pessoas" disse um dos amigos "que viviam a vida ao máximo".
"Vi o Salah a brincar, a fumar, a beber e a jogar cartas" contou um dos amigos dos Abdeslam que preferiu manter-se anónimo. "Uma coisa é certa: ele gostava de mulheres. Era mulherengo e a dada altura sei que teve uma namorada".
Pouco depois daquela noite, Brahim começou a tornar-se mais religioso. Passou a ir às orações de sexta-feira e nos outros dias rezava em casa.
Não foi, contudo, uma mudança radical: "devem ter mudado pouco a pouco".