Abertura do La Scala marcada por confrontos entre polícia e manifestantes (video)
Uma noite que devia ser de festa e glamour acabou com dois feridos entre as forças policiais que tentavam conter o avanço de manifestantes anti-austeridade.
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A glamorosa festa de abertura de temporada no famoso La Scala, casa de ópera de Milão, ficou hoje marcada por confrontos entre a polícia de choque e manifestantes anti austeridade, dos quais resultaram dois feridos entre a força policial.
Cerca de 300 manifestantes com faixas em que se podiam ler frases como «lutar contra o poder» e «nós resistimos», atiraram 'cocktails Molotov' contra a polícia de intervenção em frente ao La Scala, onde o diretor musical Daniel Barenboim estava a lançar a sua última noite de abertura de época.
Dois polícias sofreram ferimentos durante os confrontos com os manifestantes, que protestavam contra a austeridade no país, que se encontra em recessão, exigindo o direito à habitação social.
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A peça de abertura de temporada, 'Fidelio', marca o fim do percurso de nove anos em que Barenboim liderou a prestigiada casa de ópera, que data do século XVIII contou com a participação de figuras ilustres do mundo da moda, coristas e líderes políticos, conforme relatou a agência de notícias francesa AFP.
O presidente da Câmara de Milão, Francesco Paolo Tronca, que era um dos convidados, criticou o designou como «inaceitáveis protestos violentos contra a polícia» e lamentou o «sequestro de eventos culturais que servem para dar força e valorizar a cidade» italiana.
O presidente da região de Lombardia, onde se situa Milão, Roberto Maroni, realçou que os protestos foram «uma maneira de estragar a festa». E acrescentou: «Nós apresentamos sempre a pior imagem de nós próprios para o mundo. A noite de abertura do La Scala é um espetáculo único e até isso conseguimos arruinar».
O motim ensombrou uma temporada de ópera que já estava desassossegada depois do líder do Teatro da Ópera de Roma, Riccardo Muti, ter abandonado o cargo entre dificuldades burocráticas de financiamento e ameaças de greves.