Galardão destacou a "preparação académica" de Salman Khan e a sua capacidade pedagógica.
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O Prémio Princesa das Astúrias da Cooperação Internacional foi, esta quarta-feira, atribuído em Oviedo, Espanha, ao matemático e engenheiro Salman Khan e à Academia Khan, pela sua "capacidade pedagógica".
O júri que atribuiu o galardão destaca a "preparação académica" de Salman Khan e a sua capacidade pedagógica, que lhe permitiram "consolidar um formato original e transformador" que oferece material educativo gratuito, através da internet, a pessoas de "todas as idades, em qualquer lugar do mundo".
Este é o terceiro galardão que a Fundação espanhola anunciou este ano, depois de ter concedido na semana passada ao Museu do Prado o prémio da Comunicação e Humanidades e na semana anterior ao encenador britânico Peter Brook o prémio das Artes.
Salman Amin Khan nasceu em 11 de outubro de 1976 em Nova Orleans (Louisiana, EUA), onde foi criado, sendo a mãe da Índia e o pai de Bangladesh.
Licenciado em matemática, engenharia e informática pelo conhecido Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), Khan fez um mestrado em administração de empresas na Universidade de Harvard, após o qual começou a trabalhar como analista financeiro.
Em 2004, ofereceu-se para ajudar sua prima Nadia, que vivia numa outra cidade, a estudar matemática, comunicando-se por telefone, com o apoio de algumas ferramentas básica de informática.
Os bons resultados dessa fórmula fizeram com que Khan, pouco tempo depois, já estivesse a acompanhar remotamente o progresso de vários familiares com problemas escolares semelhantes.
Em 2006, Salman Khan começou a publicar vídeos na plataforma da internet do YouTube, dando explicações que todos podiam ver à distância por conta própria.
Em 2008, criou a Academia Khan, uma organização sem fins lucrativos para a qual se dedicou totalmente a partir de 2009, quando apresentou sua demissão do fundo de investimento para o qual trabalhava anteriormente.
A Academia Khan está atualmente presente em mais de 190 países, incluindo Portugal, e tem cerca de 60 milhões de utilizadores e 20 mil vídeos.
Cada um dos galardoados com o Prémio Princesa das Astúrias recebe uma escultura do pintor e escultor espanhol Joan Miró -- símbolo que representa o galardão -, 50.000 euros, um diploma e uma insígnia entregues numa cerimónia solene presidida pelo rei de Espanha, Felipe VI, que terá lugar em outubro no teatro Campoamor, em Oviedo.
Já foram galardoados em anos anteriores com o Prémio Princesa das Astúrias da Cooperação Internacional, entre outros, a Amref África (2018), a Organização Mundial da Saúde (2009), Al Gore (2007), Simone Veil (2005), Luiz Inácio Lula da Silva (2003), Fernando Henrique Cardoso (2000), Helmut Kohl (1996), Mário Soares (1995), Jacques Delors e Mikail Gorbachov (1989).
Os Prémios Princesa das Astúrias distinguem o "trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário" realizado por pessoas ou instituições a nível internacional.
O prémio para a Cooperação Internacional é concedido pelo trabalho de desenvolvimento e fomento da saúde pública, universalidade da educação, proteção e defesa do meio ambiente e progresso económico, cultural e social dos povos.