Falha técnica permitiu a Gasparino Azevedo concorrer. Em 2022 foi sentenciado a dez anos de prisão, sem direito a recurso, por violar adolescente de 17 anos por uma hora
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Na véspera de Natal de 2015, Gasparino Azevedo violou no próprio carro uma adolescente de 17 anos por mais de uma hora.
Para a manter sob o seu poder, ameaçou-a de morte e espancou-a, ao ponto de a deixar inconsciente. Cometido o crime, arrancou no automóvel e deixou a vítima no meio da rua, quase nua, com o corpo arranhado por um arame.
Sete anos depois, Gasparino, que é agente de saúde em Sebastião Barros, cidade de cerca de 3000 habitantes no interior do Piauí, estado no nordeste do Brasil, foi condenado a dez anos de prisão em definitivo, ou seja, já sem direito a recurso.
No entanto, não só não foi preso, como decidiu concorrer às eleições municipais deste mês pelo Partido dos Trabalhadores, o mesmo de Lula da Silva. E acabou eleito pela população da cidade onde violou uma adolescente para o cargo de suplente de vereador.
Em rigor, Gasparino deveria estar preso por ter cometido um crime considerado hediondo pela lei brasileira. Mesmo que a sentença não tivesse transitado em julgado, estaria impedido de se filiar a um partido e, portanto, de se candidatar.
No entanto, o novo suplente de vereador de Sebastião Barros driblou todos os empecilhos legais por culpa de “uma falha técnica no sistema”, segundo o Tribunal de Justiça do Piauí, ouvido pelo site G1.
Ao mesmo veículo, o Partido dos Trabalhadores disse não ter conhecimento prévio do caso e acompanhá-lo com “muita seriedade”.
Gasparino, entretanto, é procurado pela polícia, mas está foragido.
