Num país associado a sol e calor, as temperaturas na serra de Santa Catarina chegam a mais de sete graus negativos, com neve e geada
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Uma massa de ar frio forte, ampla e seca de origem polar movimenta-se sobre Santa Catarina, normalmente o estado mais gelado do Brasil, e leva a que 45 cidades da região registem temperaturas abaixo de zero, neste início de julho. Numa delas, Urupema, um recorde de 7,2 graus negativos.
Imagens da proteção civil a espalhar sal nas estradas para evitar o congelamento, de lagos gelados e de geada e até formação de neve pode surpreender quem associe o país apenas a calor, sol, praia, coqueiros e água de coco ou cerveja geladas.
Em pleno inverno no hemisfério sul, porém, são comuns temperaturas de fazer tremer os dentes não apenas em Santa Catarina mas também nos estados limítrofes do Paraná e do Rio Grande do Sul, que foi, aliás, atingido por trágicas enchentes em maio.
Em Urupema, a cidade mais alta de Santa Catarina e quarta mais alta do Brasil, registou-se a temperatura mais fria do país, com menos 7,2 graus. Por lá, o corpo de bombeiros tem ajudado a aquecer animais, como cães, gatos, vacas e outros que precisam de cuidados especiais nesta época do ano.
Em São Joaquim, a lâmina de água que estava na área do lago, amanheceu congelada. Nos arredores, o Vale dos Caminhos da Neve, assim chamado por alguma razão, mais parece uma cidade alpina.
Atirar 400 quilos de sal em trechos de estradas para evitar o congelamento e fecho da via, pode parecer um costume escandinavo mas todos os anos, a polícia rodoviária é obrigada a manter o hábito em Bom Jardim da Serra, que antes de ser ultrapassada por Urupema detinha o recorde de 6,6 graus negativos este ano.
O Instituto Nacional de Meteorologia, entretanto, já enviou um alerta para partes dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul porque, além da massa de ar frio forte, ampla e seca de origem polar, aguarda-se ventos intensos nos próximos dias.
