Oesdras não resistiu à colisão. Jessê chegou pouco depois e matou Kauã e Tiago, que não se haviam ferido. Guerra de organizações criminosas explica, acha a polícia
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Era um acidente de trânsito, infelizmente fatal, mas não passava disso, de um acidente de trânsito, infelizmente fatal. Porém, de um momento para o outro, passou a ser também um duplo homicídio.
No dia 30 de setembro, Oesdras Santana, 29 anos, perdeu o controle do carro numa estrada perto de Nobres, no estado do Mato Grosso, ficou fora de mão e acabou por morrer na colisão com uma carrinha.
O condutor da carrinha foi para o hospital em estado crítico, mas sobreviveu. E os dois ocupantes do carro guiado por Oesdras, também e apenas com ferimentos ligeiros.
Mas por pouco tempo: minutos depois, Jessé Santana, 23 anos, irmão de Oesdras, chegou ao local e matou-os a tiro.
A polícia militar iniciou então uma infrutífera perseguição a Jessé, que trocou tiros com as autoridades, conseguiu escapar e segue foragido.
A polícia investigou então o foragido Jessé e o falecido Oesdras e descobriu que, além de os dois já terem cadastro por homicídio e tráfico de drogas, eram “decretados”, isto é, “marcados de morte” numa guerra de organizações criminosas.
Os dois pertenciam ao Primeiro Comando da Capital, PCC, considerada a principal organização criminosa do Brasil, e Kauã Silva e Tiago Figueiredo, os sobreviventes do acidente mortos por Jessé, eram membros do Comando Vermelho, principal rival do PCC.
A guerra entre ambos já matou mais de 20 pessoas, na região de Nobres, a cerca de 150 km da capital mato-grossense Cuiabá.
