Pela primeira vez no Brasil, os concorrentes às eleições municipais são questionados sobre identidade de género. Há 967 transexuais, 0,21% do total, em 454 mil
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As eleições municipais de outubro no Brasil têm uma novidade: pela primeira vez, os candidatos têm as opções de identidade de género e de orientação sexual para responder na ficha de inscrição.
E, das 454.698 pessoas candidatas a cargos de prefeito, de vice-prefeito e de vereador, 976, o equivalente a 0,21%, declararam-se transexuais. Em números absolutos, o Partido dos Trabalhadores, do presidente Lula da Silva, é o que tem mais: 121.
Mas a notícia mais surpreendente é o Partido Liberal, formação, apesar do nome, assumidamente conservadora, ter 29.
O PL é o partido que abriga Jair Bolsonaro e boa parte dos mais ferozes bolsonaristas do país, por norma, críticos, para dizer o mínimo, de questões relacionadas com a identidade de género.
No total, 27 partidos têm candidatos trans.
Os candidatos que se declaram cisgéneros são quase 80% do total e os que optaram por não responder à questão, mais de 20%.
As eleições deste ano dão a possibilidade de uso de “nome social”, isto é, o uso de um nome de um género diferente daquele constante no registo do nascimento, opção acolhida por 342 candidatos.
Quanto à orientação sexual, se a grande maioria, mais de 98% do total, se apresentou heterossexual, houve 2390 pessoas que se declararam gays, lésbicas, bissexuais, assexuais e pansexuais.
