Peça de valor incalculável pertencente à etnia tapajó desapareceu de exposição no Distrito Federal. Polícia local e Interpol apuram o caso
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A fornalha de um cachimbo indígena foi furtada no dia 25 de julho da exposição BioOCAnomia Amazônica, num espaço cultural público de Brasília.
O item, emprestado ao espaço pela Subsecretaria de Património Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, fazia parte do acervo do Memorial dos Povos Indígenas desde 1999.
O valor do objeto histórico é “incalculável”, segundo especialistas. Pertencente à etnia Tapajó, a peça, de cinco centímetros, foi localizada pelo antropólogo Eduardo Galvão, uma referência da área no Brasil, mas não é possível estimar nem a idade do cachimbo, nem o seu preço. E agora nem o seu paradeiro.
A fornalha estava exposta numa vitrine fechada de vidro na galeria de exposições temporárias localizada no primeiro pavimento do espaço cultural e desapareceu em circunstâncias misteriosas. O que se sabe é que no dia do desaparecimento houve muitas visitas ao local, até para aproveitar as férias escolares de inverno no Brasil.
Para Felipe Ramon, subsecretário de Património Cultural do Distrito Federal, a experiência diz que este tipo de furto “tanto pode ter sido executado por conhecedores da importância do bem cultural como por pessoas que acham que estão a cometer um crime comum”.
A queixa do furto foi dada na quinta delegacia de polícia, na Asa Norte, da capital federal do Brasil, que já acompanha o caso. E o seguro, acionado.
A Organização Internacional de Polícia Criminal, a Interpol, também já foi informada, como é praxe em situações como esta. “Caso o objeto dê entrada no acervo de algum museu, o sistema irá acusar que a origem dele é ilícita”, concluiu o subsecretário.
