O acordo alcançado hoje entre os movimentos palestinianos Fatah e Hamas foi criticado pelos EUA, através do Departamento de Estado, justificado pelo presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, e levou Israel a cancelar uma reunião bilateral.
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Na primeira reação oficial ao acordo que o seu partido assinou com o islamita Hamas, que dirige a Faixa de Gaza, o líder palestiniano assegurou que «não há contradição entre a reconciliação e a negociação» com Israel.
Em comunicado distribuído pela agência palestiniana Wafa, Abbas garantiu que está «especialmente comprometido com o estabelecimento de uma paz justa baseada numa solução de dois estados, conforme as resoluções e a legitimidade internacional».
A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jennifer Psaki, afirmou, por seu turno, que o acordo de reconciliação entre palestinianos poderia «complicar» os esforços em curso para relançar o processo de paz, manifestando a «deceção» norte-americana com este desenvolvimento.
Nos termos do acordo de reconciliação, a Organização de Libertação da Palestina (OLP), reconhecida internacionalmente como a única representante do povo palestiniano, e o Hamas decidiram formar um governo de «consenso nacional». Este governo, dirigido por Abbas e integrado por personalidades independentes, vai ser constituído dentro de cinco semanas.
Em resposta ao acordo, que a concretizar-se vai acabar com a divisão palestiniana entre Gaza e Cisjordânia, existente desde 2007, Israel suspendeu a reunião prevista para hoje à noite com os negociadores palestinianos.
Este encontro deveria discutir o prolongamento do prazo das negociações para além dos nove meses estabelecidos.
«Disse esta manhã que Abu Mazen [designação de Israel para Abbas] deveria escolher entre a paz com Israel ou o acordo com o Hamas, uma organização terrorista assassina que exorta à destruição de Israel», afirmou, em comunicado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.