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O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban faz depender um "milagre", qualquer possibilidade de acordo sobre o orçamento de longo prazo da União Europeia, na Cimeira que há mais de 24 horas concentra os líderes europeus em Bruxelas.
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O controverso líder europeu radicaliza a posição, e sugerem que sem ação divina um acordo não ficará fechado nesta cimeira. "Milagres estão sempre no ar. Especialmente em Bruxelas. Mas, estamos muito longe de uma possibilidade real de fechar um acordo", afirmou Orban, numa declaração informal, na sala de trabalho dos jornalistas, em Bruxelas.
Orban considera que as contribuições devem aproximar-se da proposta do parlamento europeu, indo muito alem da inaceitável proposta dos contribuintes líquidos.
"Um, não é aceitável. Se quisermos ter uma Europa ambiciosa, assente num orçamento ambicioso, as contribuições devem ser pelo menos 1,3 por cento, ou próximo disso. Porque essa é a proposta do parlamento", disse, afirmando que neste cenário, Viktor Orban assume um a posição radical, parecendo estar disponível para esgotar todas as hipóteses de um acordo, pois "a distância entre 1,0 e 1,3 é muito grande. Não penso que possa ser encurtada, com apenas uma negociação esta tarde".
Os lideres estão desde ontem em Bruxelas. Esperava-se que conseguissem fechar um acordo, à volta da proposta de orçamento da União. Rapidamente se percebeu que o plano em cima da mesa, não colhia apoios.
Charles Michel propunha que as contribuições dos Estados para a União Europeia ascendesse a 1,074 da riqueza nacional, produzida anualmente. O plano fica muito abaixo do proposto pela Comissão, que até hoje, apresenta um esboço que fixava as contribuições dos países em 1,11% do Rendimento Nacional Bruto.
Mas perante o impasse, e numa atitude solidária para com a presidência do Conselho Europeu, a Comissão forneceu ajuda técnica, a Charles Michel, que enfrenta a primeira prova de fogo na política europeia, desde que assumiu funções de uma liderança institucional.
Neste sentido, foi colocada uma proposta a circular que, na sequência desse apoio técnico dos serviço da Comissão, que reduz as contribuições para o montante global, para 1,069% do Rendimento Nacional Bruto, resultando num corte de 10 mil milhões de euros em compromissos, quando comparada com a proposta de Charles Michel.