Ouvido pela TSF, o coronel Fonseca Lopes entende que se nota uma grande evolução na capital Cabul, se bem que o «factor cultural, étnico e religioso» ainda impere.
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O comandante do contingente português no Afeganistão considerou que este país «vive com enorme atraso» numa altura em que passam dez anos sobre a invasão dos EUA do Afeganistão.
«O factor cultural, étnico e religioso impera. A grande evolução que se nota realmente é na capital Cabul, onde já vamos vendo algumas fábricas e prédios novos com sete, oito andares e uma série de estradas asfaltadas», explicou o coronel Fonseca Lopes.
Ouvido pela TSF, este comandante mostrou-se confiante de que as forças afegãs estão preparadas para a saída das tropas internacionais em 2014.
Fonseca Lopes indicou que «teria algumas reservas em algumas áreas, nomeadamente na logística» se a saída das destas forças se verificasse agora, mas lembrou que o mesmo não se verifica em outras áreas.
«Na área mais operacional, tanto do exército como da polícia afegã, estou convencido que, neste momento, já são auto-suficientes», acrescentou.
Este comandante português revelou ainda que os afegãos têm o sentido de quererem ser «autónomos» e que «não há uma simpatia muito grande pela presença da comunidade internacional» neste npaís, sobretudo no que se refere aos EUA.
«Há aqui alguma ambiguidade no meio disto. Por um lado, eles sabem perfeitamente que precisam da comunidade internacional para continuar a ter este dinamismo, mas, por outro lado, também sentem que a presença da comunidade internacional lhes retira alguma indeopendência e capacidade de actuação», concluiu.