São mais de 40 eurodeputados de 15 países e de todas as famílias políticas do Parlamento Europeu, menos dos grupos da extrema-direita no Parlamento Europeu. Chamam "extremista" ao governo de Israel e apelam à ação de UE e de António Guterres. Proteger civis inocentes e libertar os reféns do Hamas é o objetivo
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As atrocidades em curso em Gaza são uma violação flagrante do direito internacional. O mundo não pode permanecer em silêncio enquanto civis inocentes, incluindo crianças, morrem de fome. São 43 eurodeputados de 15 países e seis famílias políticas (só não estão os grupos da extrema-direita) que lançam um apelo em forma de texto que, além do parágrafo inicial, diz o seguinte:
A Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia (UE) têm a responsabilidade de agir. Não há desculpas válidas para a falha da comunidade internacional em impedir o massacre em Gaza. Proteger vidas inocentes deve ser a principal prioridade.
O Hamas deve libertar os reféns israelitas imediatamente. Crianças e outros civis inocentes não devem ser punidos.
O governo israelita deve ser responsabilizado. As ações do governo de Israel em Gaza violam de forma flagrante a Convenção de Genebra e o Direito Internacional Humanitário. A potência ocupante tem a obrigação legal de garantir o acesso dos civis a bens essenciais.
O texto continua e considera que o governo extremista israelita demonstrou que "meras palavras de condenação são inadequadas. É essencial tomar medidas decisivas."
Como membros do Parlamento Europeu que representam vários grupos políticos e partidos independentes, fazem um apelo coletivo e dizem que é preciso:
- Fornecer ajuda humanitária e garantir que ela chegue à população de Gaza.
- Suspender todo o Acordo de Associação UE-Israel.
- Impor sanções ao governo extremista israelita.
- O Artigo 99 da Carta da ONU autoriza o Secretário-Geral da ONU a alertar o Conselho de Segurança sobre ameaças à paz. É hora de a ONU invocar este artigo e tomar medidas imediatas para interromper o massacre em Gaza.
- Reconhecer a Palestina com base nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital.
Dizem ainda os eurodeputados: "Reconhecemos Israel há muito tempo; agora é hora de também reconhecer os direitos do povo palestiniano. É imperativo moral que os governos e a comunidade internacional ajam. Silêncio e inação equivalem a cumplicidade."
E vão mais longe:
As gerações futuras julgarão os líderes de hoje pela resposta, ou a falta dela, às atrocidades em Gaza. A omissão em agir agora será lembrada como uma mancha moral na humanidade. O tempo da cobardia moral acabou e a ação deve ser rápida.
Entre os signatários estão os portugueses Catarina Martins, do grupo da Esquerda no Parlamento Europeu, eleita pelo Bloco de Esquerda, e Bruno Gonçalves dos Socialistas & Democratas, eleito pelo PS. Há deputados de várias famílias políticas, incluindo um maltês e uma finlandesa pertencentes ao PPE, maior bancada e à qual pertencem PSD e CDS.