"Agora, não amanhã." Embaixadora palestiniana pede que Governo português condene ataque israelita a Gaza
"Precisamos de ouvir vozes de políticos em Portugal agora, não amanhã, nem daqui a uma hora. Não há tempo para pensar, porque há pessoas que estão", afirma Rawan Sulaiman em declarações à TSF
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A embaixadora palestiniana em Portugal, Rawan Sulaiman, apelou esta terça-feira aos políticos e governantes portugueses para condenaram o ataque israelita à Faixa de Gaza que ocorreu na última madrugada.
"Precisamos de ver políticos em Portugal a falar corajosamente sobre esta agressão. Até agora, não ouvimos nada do Governo, dos políticos e dos partidos. Precisamos da união de toda a gente para rejeitar este horror e agressão contra o meu povo. Precisamos de ouvir vozes de políticos em Portugal agora, não amanhã, nem daqui a uma hora. Não há tempo para pensar, porque há pessoas que estão", pede a embaixadora da Palestina, contactada pela TSF.
A diplomata não esconde o desespero com o que aconteceu na Faixa de Gaza: "Sinto-me horrorizada, com medo, triste, em sofrimento, porque o genocídio continua. Não fiquei surpresa ou em choque, porque sabia desde o início que este era um acordo frágil e a prática deste governo colonial e racista, liderado por um criminoso de guerra, vai continuar. A política de matar crianças e mulheres enquanto estão a dormir é horrível. Elas foram assassinadas. A comunidade internacional tem a obrigação legal e moral de acabar com esta injustiça no meu país."
Rawan Sulaiman acusa ainda Israel de mentir ao dizer que quer acabar com o Hamas.
"Tem havido declarações racistas do governo de Israel que vai continuar até acabar com a presença do Hamas, mas, vejam lá, eles mataram quase 400 pessoas e a maioria eram bebés e mulheres. Isto é o que eles querem fazer em Gaza. Não consigo esquecer o vídeo do bebé que estava a dormir e foi assassinado, já não acordou. Isto tem de acabar", afirma.
Por iniciativa própria, o embaixador de Israel, Oren Rozenblat, enviou um vídeo à TSF em que alega que os israelitas querem prorrogar o cessar-fogo, mas que o Hamas rejeita novo acordo.