Bruxelas prepara-se para protesto de agricultores durante a cimeira extraordinária de quinta-feira.
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O protesto dos agricultores na Bélgica provocou esta terça-feira e fortes condicionamentos em zonas estratégicas do país. Na tarde desta terça-feira bloquearam o acesso ao porto de Zeebrugge, um dos principais portos da Europa.
As estradas da Valónia, região sul do país sofreram fortes perturbações. Os agricultores avançaram pela cidade de Namur, bloqueando as ruas, com 420 tratores, de acordo com os números avançados pela Polícia Federal, citada pelos meios de comunicação belgas.
A manifestação dos agricultores deverá manter-se até quinta-feira, quando Bruxelas acolhe uma cimeira extraordinária, para debater o orçamento da União Europeia e a ajuda à Ucrânia.
Bruxelas prepara-se para o protesto, ao mesmo tempo em que se antecipa o impacto da paralisação dos agricultores, sobre as cadeias de abastecimento. Representantes das grandes superfícies comerciais admitem perturbações no abastecimento das lojas.
Segundo os media belgas, a cadeia de supermercados ALDI lida já com a escassez dos produtos nas lojas na região de Liege e na província do Luxeburgo belga, devido ao bloqueio de um dos principais centros de distribuição que abastece os supermercados da zona sul da Bélgica.
A pressão tem aumentado nos últimos dias, com os agricultores concentrados nas autoestradas que dão acesso à capital do país. E, as autoridades admitem mesmo tomar medidas, para evitar que a situação resultante das manifestações se agrave ainda mais.
Os agricultores justificam o protesto, considerando que os seus rendimentos são insuficientes, quando comparados com o trabalho e o investimento que fazem. Por outro lado, queixam-se de restrições pesadas impostas pela Política Agrícola Comum. No caso do protesto na Bélgica, as queixa-se estendem-se À burocracia que resulta dos diferentes níveis administrativos do país. Outro dos argumentos prende-se com o que classificam como concorrência desleal devido à entrada no mercado europeu, de produtos de outras regiões do globo, que não estão sujeitos à regulamentação europeia.