As operações de resgate das vítimas foram interrompidas com o cair da noite na Indonésia, mas prosseguem os trabalhos de localização da fuselagem do aparelho e das "caixas negras". O mau tempo e mar agitado continuam a ser os maiores inimigos das equipas de busca e resgate.
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As autoridades indonésias anunciaram hoje que já recuperaram 30 corpos das 162 pessoas que viajavam no Airbus 320-200 da AirAsia, que se despenhou no mar de Java no domingo passado.
A Agência de Busca e Resgate indonésia informou que dez corpos estão já em Surabaya, cidade da ilha de Java de onde partiu o voo e onde muitos familiares das vítimas aguardam notícias, oito estão a caminho de Surabaya, quatro estão em Bornéu e oito a bordo das embarcações que os recolheram do mar.
Até ao momento já foram identificadas quatro pessoas, incluindo uma hospedeira e uma criança de quatro anos.
O comandante do navio indonésio "Bung Tomo", que participa nas buscas, declarou ao canal de televisão local MetroTV que pensam ter localizado, através de sonar, parte da cauda do avião. No entanto, esta informação ainda não foi confirmada pela Agência de Busca e Resgate.
As operações de resgate dos corpos foram suspensas até sábado, por ser já de noite na Indonésia, embora prossigam os trabalhos de localização da fuselagem do aparelho e das "caixas negras".
Segundo a estação de televisão britânica BBC, foi transportado equipamento específico para ajudar nesta operação, mas o mau tempo impediu a sua utilização esta sexta-feira. A crença é de que muitos dos corpos estejam presos dentro da fuselagem.
O repórter da BBC no local dá também conta de algum desânimo junto das equipas de busca e resgate.
As equipas temem que a tarefa que têm em mãos vá ser muito mais difícil do que inicialmente esperavam, uma vez que o mau tempo e o mar extremamente agitado têm impedido de encontrar visualmente o avião. As equipas são por isso obrigadas a recorrer a sonares para perceber o que se encontra no fundo do mar.
O voo QZ8501 da AirAsia partiu de Surabaya a 28 de dezembro e devia aterrar duas horas depois em Singapura, mas despenhou-se no mar de Java, a meio do caminho.
A bordo seguiam 155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um francês, um malaio e um singapurense, além de sete tripulantes.
O piloto contactou a torre de controlo na Indonésia, quando sobrevoava o mar de Java, a sul de Bornéu, e pediu autorização para virar à esquerda e subir dos 32 mil pés de altitude (9,76 quilómetros) até aos 38 mil (11,59 quilómetros) para evitar uma tempestade.
A torre de controlo aprovou a viragem imediatamente, mas alguns minutos depois já não conseguiu estabelecer contacto, para autorizar a subida até aos 34 mil pés.
A Indonésia lançou uma operação internacional de busca e resgate, na qual participam vários países. O mau tempo e a forte ondulação na zona impediram, nos últimos dias, as buscas de vítimas e do aparelho, que se deverá encontrar a uma profundidade de entre 25 e 32 metros.
As buscas estão concentradas numa zona de 1.575 milhas náuticas quadradas - um décimo da superfície pesquisada na quinta-feira - com a participação de 29 navios e 17 aviões.