Ajuda à Ucrânia. Portugal já definiu como gastar os 221 milhões: “Equipamentos navais, aéreos e terrestres e também formação militar"
No total, os aliados comprometeram-se perante o ministro ucraniano da Defesa com um pacote de apoio militar, que ascende aos 21 mil milhões de euros
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O secretário de Estado-adjunto da Defesa, Álvaro Castello-Branco, anunciou, esta sexta-feira, em Bruxelas, que Portugal já definiu como vai ser distribuído à Ucrânia a ajuda de 221 milhões de euros, que tinha sido anunciada pelo primeiro-ministro, em Paris. Segundo o secretário de Estado, serão doados equipamentos para os três ramos das forças armadas ucranianas, sendo mantida a componente da formação de militares.
À margem da reunião do grupo de contacto para a Ucrânia, que decorre na sede da NATO, em Bruxelas, Álvaro Castello-Branco confirmou que a tipologia dos equipamentos a doar ainda está a ser ajustada com as autoridades ucranianas, mas indicou que o Governo português já apresentou os planos ao ministro da Defesa ucraniano.
O apoio português inclui meios aéreos, marítimos e terrestres, bem como material de proteção individual e fardamento. A verba a aplicar provém de fundos já alocados ao apoio internacional a Kiev.
“Por exemplo, os veículos M113, estamos a falar de vários tipos de meios marítimos, posso-lhe dar um exemplo, lanchas rápidas, e estamos também a falar de meios aéreos que já no passado, em 2024, na ajuda que demos foram helicópteros e, portanto, ainda dentro desse tipo”, detalhou o secretário de Estado.
Castello-Branco sublinhou que os equipamentos a fornecer não correspondem a novas aquisições e que “são meios que estão disponíveis no arsenal português, dos quais a Força Aérea Portuguesa pode prescindir neste momento”, explicou ainda.
Entre o apoio, inclui-se também o compromisso com a formação contínua de militares ucranianos, tanto no treino de pilotos de caças F-16 da Força Aérea, como também Marinha e Exército.
“Por exemplo, uma das ajudas é a formação, que nós já estamos a prestar e continuamos a prestar, de treino de pilotos dos F-16. O mesmo acontece na área da Marinha. Também treino e formação de militares ucranianos e também acontece no Exército. Portanto, nós estamos também muito empenhados na formação, que continuaremos a dar, até porque somos dos países que temos grandes condições para poder fazer”, concluiu o governante.
Os aliados comprometeram-se perante o ministro ucraniano da Defesa com um pacote de apoio militar, que ascende aos 21 mil milhões de euros. Este compromisso inclui contribuições significativas da Alemanha e do Reino Unido. Berlim prometeu contribuir com um montante de 11 mil milhões de euros até 2029 e Londres promete contribuir 4,5 mil milhões de libras já em 2025, representando a sua maior contribuição até à data.
O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, afirmou que a Europa está agora a "assumir a liderança na assistência à segurança”, dizendo estar “grato ao Reino Unido e à Europa”. Por outro lado, alertou que a Rússia está a "aumentar ainda mais a produção [militar]”.