Al-Jazeera repudia condenação de jornalistas e fala em "ataque à liberdade de imprensa"
Os três jornalistas são acusados de e ter "difundido informações falsas" para apoiar a Irmandade Muçulmana. O Canadá já exigiu a libertação imediata de um dos jornalistas, de nacionalidade canadiana.
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A Al-Jazeera repudiou a condenação por um tribunal do Cairo, no Egito, de três jornalistas à pena de três anos de prisão efetiva, que classificou de "escandalosa e repugnante" e de "um ataque à liberdade de imprensa".
Este veredito é "um ataque deliberado contra a liberdade de imprensa", afirmou o diretor executivo do canal de televisão do Qatar, Giles Trendle, em comunicado citado pela agência France Presse.
Esta manhã, um tribunal do Egito condenou a três anos de prisão efetiva três jornalistas do canal de televisão do Qatar Al-Jazeera, apesar dos apelos da comunidade internacional para encerrar o caso.
O australiano Peter Greste, o canadiano Mohamed Fahmy e o egípcio Baher Mohamed são acusados de ter "difundido informações falsas" para apoiar a Irmandade Muçulmana.
Fahmy e Mohamed foram presentes a tribunal, e Greste foi julgado por contumácia, uma vez que este foi deportado para a Austrália em fevereiro.
Os jornalistas, condenados a sete e dez anos de prisão num primeiro julgamento em 2014, foram acusados de terem apoiado, através da cobertura mediática, os Irmão Muçulmanos, a irmandade do ex-presidente Mohamed Morsi, destituído pelo exército em 2013.
O Canadá exigiu entretanto a libertação "imediata e sem condições" de Mohamed Fahmy. "O governo do Canadá continua a pedir ao governo egípcio para usar todos os meios à sua disposição para resolver o caso de Fahmy e permitir o seu regresso imediato ao Canadá", disse a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros canadiana, Lynne Yelich, manifestando-se dececionada com a sentença.
Num comunicado, Lynne Yelich indicou ainda que membros do governo canadiano têm abordado este assunto com altos representantes egípcios e que vão prosseguir com os contactos.