"Al-Shifa é um cemitério." Todos os hospitais no norte de Gaza estão lotados e inoperacionais
A taxa de ocupação chegou aos 190%.
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Todos os hospitais no norte de Gaza estão inoperacionais. O porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf al-Qudra, traça um retrato dramático da situação que se vive nas unidades de saúde.
"O Hospital Al-Shifa é um cemitério para todos os que lá estão", relata Ashraf al-Qudra em entrevista à Aljazeera, a partir de Gaza.
A taxa de ocupação chegou aos 190% e cerca de 120 doentes foram retirados do Hospital Indonésio para o Hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza. No entanto, continuam no Hospital Indonésio mais de 400 feridos, 200 médicos e cerca de duas mil pessoas que procuraram abrigo.
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Segundo Ashraf al-Qudra, o exército israelita "tem como alvo qualquer pessoa que se desloque à volta do hospital ou no seu interior".
No Hospital Al-Shifa, o maior de Gaza, estão também 700 pessoas em cativeiro e o exército israelita continua a cercar o local.
A guerra entre as forças israelitas e o Hamas, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, rebentou em 07 de outubro, com um ataque surpresa do movimento islamita a Israel.
Este ataque, que incluiu o lançamento de rockets e a infiltração em território israelita de cerca de 3000 combatentes, causou cerca de 1200 mortos, principalmente civis, e cinco mil feridos, segundo um balanço das Forças de Defesa de Israel.
Em represália, Israel está a bombardear incessantemente a Faixa de Gaza e desenvolve, desde 27 de outubro, uma operação terrestre, para "esmagar" o movimento islamita.
Estes ataques israelitas à Faixa de Gaza já fizeram mais de 13.300 mortos, dos quais mais de 5.600 são crianças, segundo o Hamas, desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel.
A este balanço somam-se dezenas de milhares de feridos e ainda, segundo a ONU, 1,7 milhões de deslocados - mais de dois terços da população total daquele enclave palestiniano pobre, que enfrenta uma grave crise humanitária, devido à escassez de água, alimentos, eletricidade, medicamentos e combustível.