Alegado responsável pelo ataque contra consulado dos EUA na Líbia em 2012 dá-se como não culpado
O presumível responsável pelo ataque mortífero contra o complexo diplomático dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, em 2012, deu-se hoje como «não culpado» na primeira audiência perante a justiça norte-americana, em Washington.
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Ahmed Abu Khattala, que foi transferido para a capital norte-americana durante a manhã (hora local), foi acusado de «conspiração para conseguir apoio material para terroristas», indicou o departamento de Justiça norte-americano, em comunicado.
No ataque ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi, a 11 de setembro de 2012, morreram o embaixador Christopher Stevens e três agentes norte-americanos.
A próxima audiência está prevista para quarta-feira, às 11:00 locais (14:00 em Lisboa).
«O inquérito prossegue e o departamento de Justiça poderá acrescentar outras acusações», de acordo com o comunicado.
«Agora que Ahmed Abu Khattala está nos Estados Unidos, ele vai sentir todo o peso do nosso sistema judiciário», comentou o secretário da Justiça, Eric Holder, citado em comunicado.
De acordo com um responsável governamental, Ahmed Abu Khattala foi transferido esta manhã, de helicóptero para Washington a partir de um navio da marinha dos Estados Unidos, no qual se encontrava detido depois de ter sido capturado na Líbia, há duas semanas, pelas forças especiais norte-americanas.
O Departamento de Estado identificou Khatallah como dirigente do grupo islamita líbio Ansar al-Sharia, considerado pelos Estados Unidos uma organização terrorista responsável por uma série de ataques e assassínios.
Khatallah, que pode ser condenado à pena de morte, foi capturado por forças especiais norte-americanas numa operação noturna realizada há duas semanas e que levou as autoridades líbias a acusarem Washington de violação da soberania.
A operação foi apresentada como uma vitória pelo presidente Barack Obama, cuja administração foi muito criticada pela forma como lidou com o ataque de Benghazi e a investigação que se seguiu.