O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schauble, considerou hoje que o Luxemburgo «tem muito por fazer» para melhorar o seu sistema fiscal, no seguimento da revelação de acordos secretos celebrados com as multinacionais.
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A declaração do ministro foi feita perante os deputados no parlamento alemão, comentando uma notícia hoje divulgada por vários órgãos de comunicação social, que dá conta da celebração de acordos fiscais entre o Luxemburgo e 340 grandes multinacionais como a Apple, Amazon, Ikea, Pepsi, Heinz ou AIG, para minimizarem o pagamento de impostos.
As declarações de Schauble surgem no dia em que foi divulgado um relatório de um grupo de jornalistas de investigação, denominado em português Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que mostra como centenas de empresas multinacionais conseguiram, através de complexos esquemas financeiros e fiscais, pagar impostos muito baixos sobre os lucros que declaravam, nalguns casos inferiores a 1%.
O novo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que foi primeiro-ministro do Luxemburgo durante os últimos 19 anos, enfrenta, assim, o primeiro grande teste com a divulgação destes documentos, e já afirmou que tem «uma ideia muito clara» sobre estas práticas, mas garantiu que não iria dizer nada para não afetar a investigação, já que «isso seria indecente».