Por causa das altas temperaturas, pela primeira vez, o Instituto Real de Meteorologia da Bélgica elevou o nível de alerta até ao vermelho.
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Com os termómetros a bater nos 40 graus em certas zonas do país, Alexandre Dewalque, do Instituto Real de Meteorologia da Bélgica, afirma que as autoridades estão a tomar medidas excecionais, elevando "o alerta de calor para o nível vermelho, em todo o país".
"A exceção" serão as zonas costeiras "onde a brisa do mar vai manter a temperatura à volta dos 35 graus e não mais alto do que isso", disse Dewalque, apontando as razões pelas quais foi acionado o alerta inédito, para o nível máximo.
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"Foi o critério meteorológico, - desde logo a temperatura elevada, durante vários dias - e a qualidade do ar - a concentração de partículas de ozono no ar -, que determinaram a transição para o nível vermelho, a partir de hoje, e manhã, até sexta de manhã", disse, referindo-se às condições excecionais que vão manter-se mais alguns dias.
"As temperaturas vão manter-se muito altas hoje. Amanhã são ainda mais altas. Podemos alcançar os 40, ou até 41 graus, em alguns locais precisos. E as temperaturas vão manter-se elevadas na sexta-feira", descreveu o responsável, entrevistado em Bruxelas, pela TSF, advertindo ainda para um certo agravamento das condições.
"O ar oceânico - do Atlântico -, virá acentuar este efeito de calor, acrescentando humidade ao ar, o que tornará o efeito do calor um pouco mais desagradável para algumas pessoas", relatou Alexandre Dewalque, tendo ainda alertado que "para já, foram anunciadas trovoadas, para noite de sexta para sábado".
O especialista diz tratar-se de uma massa de ar quente vinda do norte de África, sem excluir os efeitos do aquecimento global.
"As vagas de calor que nós conhecemos, nestes meses, na Bélgica, não são um fenómeno excecional em si, porque sempre as tivemos. O que é assinalável é que essas vagas de calor são cada vez mais frequentes. Temos uma praticamente todos os anos, desde 2015, com intensidade, igualmente, cada vez mais importante", disse.
"De momento trata-se de um género de anomalia atmosférica, barométrica. É uma depressão centrada no [Oceano] Atlântico próximo, que empurra o ar quente, proveniente de Magrebe e da Libéria, até à nossa região, no centro da Europa", disse, frisando que se trata de "ar muito quente e muito seco".
Perante as temperaturas elevadas "com uma duração excecional", as autoridades do país estão a aconselhar a população sobre as formas de prevenção de riscos associados ao calor, numa região da Europa em que todas as infraestruturas estão preparadas para o frio.
Calor e tempestade
O fenómeno "excecional" de altas temperaturas vem acompanhado de outros eventos meteorológicos igualmente extremos. Ainda na terça-feira, na zona costeira belga de Knokke, inúmeros veraneantes foram surpreendidos por uma violenta tempestade, antes que tivessem tempo de abandonar as esplanadas, para se abrigarem.
Comboio parado
Esta manhã, o comboio de alta velocidade que liga Bruxelas a Paris, do serviço Eurostar e Thalys, ficou bloqueado na zona de Hal, perto da capital da Bélgica, com 300 pessoas a bordo, devido um problema com uma catenária, que foi arrancada pelo próprio comboio. Todo o sistema eletrónico falhou, deixando o aparelho sem ar condicionado.
As pessoas estavam há pouco a abandonar as carruagens, de acordo com as imagens divulgadas nas redes sociais, pelos próprios passageiros, que se queixavam das temperaturas "difíceis de suportar".
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As pessoas seguiram a pé, junto à linha, até um local onde pudessem receber alguma assistência, devido às altas temperaturas que se fazem sentir.
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