Fazem parte da equipa de busca e socorro da GNR e vão juntar-se aos quatro companheiros que já lá estão. As maiores dificuldades que vão enfrentar é a progressão no terreno.
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Não trabalham todos os dias, mas treinam diariamente para situações como aquela que agora vão enfrentar. São dois pastores alemães da equipa de busca e socorro da GNR que se juntam aos quatro que já estão em Moçambique.
Na cidade da Beira, as maiores dificuldades que vão ter pela frente é a progressão no terreno, uma dificuldade que também terão os "companheiros humanos". De acordo com o sargento-chefe António Silva que vai liderar as equipas da GNR, a progressão no terreno vai ser o mais difícil não só "pela parte da lama", mas também " pela parte da água". "É uma grande extensão de água. Se não houver uma suspeita de que os corpos estejam lá, torna difícil a busca. Quanto maior é a dimensão da catástrofe, mais difícil se torna a busca", sublinha este responsável.
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Mas, afinal, como se treinam os cães para este trabalho? O sargento-chefe sublinha que "o cão prepara-se dia-a-dia com treinos constantes" e, mensalmente, com um treino mais vocacionado para este tipo de ambiente. Seja com botes, seja com as próprias lamas que existem em território nacional.
António Silva lembra as cheias da ilha da Madeira, em 2010, um cenário que diz ser o mais similar ao de Moçambique que tiveram até agora. "Na altura, os nossos cães conseguiram detetar 9 corpos, todos eles debaixo de lama. A dificuldade, que na altura também houve, é que, nas lamas, a progressão não é fácil porque os membros do cão são relativamente baixos, toca com o tórax na lama e não consegue progredir. Vamos ter de arranjar estratagemas para que os cães consigam progredir", conta o sargento-chefe da GNR.
Treinos feitos, agora é hora de pôr em prática no terreno aquilo que foi aprendido, sendo que, de Portugal, levam palavras de encorajamento. Na base aérea de Figo Maduro, em Lisboa, sempre ao pé dos colegas humanos, Alex e Pepe ouviram o agradecimento pela disponibilidade para "um trabalho solidário e altruísta" por parte do secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, que parte no domingo para Moçambique onde vai render o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro.