Morte de alpinista em escalada ilegal gera dívida de 40.000 euros no Nepal. Falta dinheiro
Um acidente mortal com um alpinista espanhol tornou-se num problema diplomático e monetário para quem o acompanhava na subida a Chukima Go, no Nepal.
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Felipe Valverde - conhecido como Tronko - morreu quando tentava escalar Chukima Go, um dos picos dos Himalaias, com cerca de 6200 metros de altura. Não estava sozinho: David Suela, também espanhol, acompanhava-o na subida letal ao monte nepalês, feita na manhã da última sexta-feira.
Este último sobreviveu para contar a história que agora é o ponto central de uma angariação de fundos no valor de quarenta mil euros. O objetivo é pagar os custos da operação de recuperação do corpo de Tronko.
Mikel Zabalza e Sonia Casas, também espanhóis, estavam no campo base da montanha quando tudo aconteceu. Citados pelo jornal La Vanguardia , contam que embora Suela tenha sobrevivido, está envolvido num imbróglio legal: tem o passaporte apreendido pelas autoridades nepalesas.
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"Não tinha a autorização [para subir], que custa 125 dólares. Agora recebeu ameaças de prisão e tiraram-lhe o passaporte com maus modos, numa situação já é tão dolorosa por si. Esta quarta-feira falámos com uma responsável do ministério do Turismo que foi muito agressiva e disse que tinham escalado de forma ilegal", contou ao jornal na manhã desta quinta-feira. Para já, Zabalza e Casas esperam pela resolução do caso com as autoridades nepalesas para que possam sair do Nepal acompanhados de Suela.
Os restos de Tronko já foram cremados, depois do corpo ter sido recuperado no sábado, com recurso a um helicóptero. A família quer trasladar os restos mortais para Espanha o mais rápido possível, mas há um problema por resolver: quem paga a fatura das operações de resgate de ambos os alpinistas, custos com ambulâncias, hospital e repatriação no valor de quarenta mil euros?
A seguradora já se demarcou, alegando que os alpinistas só estavam cobertos até aos cinco mil metros de altitude. O acidente deu-se na manhã de sexta-feira, a 6150 metros de altitude, quando estavam a fazer rapel depois de terem alcançado o cume.
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"Depois de termos abandonado a intenção de subir outra montanha da zona, fomos para Chukima Go e todas as tardes falávamos por rádio a partir do campo base. Às cinco, David explicou-me que Tronko tinha caído de uma parede vertical para o vazio, o corpo ficou destruído. No sábado, fizemos o resgate de helicóptero", recorda Zabalza.
Com a seguradora a recusar cobrir os custos do resgate, os amigos de Tronko iniciaram uma angariação de fundos para cobrir os quarenta mil euros. Pensávamos que a seguradora pagaria, pelo menos, os gastos derivados da morte, como a cremação e a repatriação, mas lavaram as mãos", acrescentou Zabalza.