Bill Gates já foi vacinado e espera que o verão traga alguma normalidade. A crise climática vai ser o próximo grande problema da humanidade, alerta.
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Numa altura em que as prioridades de todos os países do mundo se focam na Covid-19, Bill Gates deixa o alerta: se não conseguirmos reduzir significativamente as emissões de gases com efeito de estufa, as alterações climáticas terão "efeitos negativos muito piores do que a pandemia".
No dia em que lança em todo o mundo o livro "Como Evitar Um Desastre Climático", editado em Portugal pela Ideias de Ler, o cofundador da Microsoft reitera a urgência de adotar medidas para defender o clima, tema a que se dedica há uma década.
Bill Gates admite que as alterações climáticas são um problema "mais difícil de resolver do que uma pandemia", mas no seu novo livro propõe um plano com vista à neutralidade carbónica, incluindo medidas concretas que tanto governos como cidadãos a título individual deveriam adotar.
Numa extensa entrevista ao El País divulgada esta segunda-feira, o também responsável pela criação da Breakthrough Energy, organização dedicada ao comércio de energia limpa e de outras tecnologias relacionadas com as questões climáticas, defende, por exemplo, a aposta na energia nuclear.
Os reatores nucleares de "quarta geração", que poderão surgir dentro de cinco ou seis anos, serão uma fonte de energia segura e barata. "As pessoas deviam ter uma mente mais aberta porque este é também o tipo de energia mais seguro: causa muito menos mortes ou ferimentos do que os provocados pela mineração e gasodutos", lembra.
Sobre a pandemia de Covid-19, Bill Gates considera que os "efeitos mais dramáticos" já foram superados. "A questão agora é se conseguiremos reduzir o número [de contágios] a zero, ou se esta vai se tornar uma doença endémica e temos que continuar a vacinar a um nível mais ou menos alto continuamente. Não sabemos ainda."
Por outro lado, alerta, à medida que novas variantes surjam em todo o mundo, pode ser preciso modificar as vacinas para assegurar a sua eficácia.
O próprio Bill Gates já recebeu a primeira de duas doses da vacina Moderna, uma vez que reside na Califórnia, estado que já começou a vacinar maiores de 65 anos.
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O filantropo, que através da Fundação Bill e Melinda Gates doou mais de 1.750 dólares no combate à Covid-19, espera que este verão já seja possível "regressar, em grade medida, à normalidade", mas estima que só em 2022 países como Espanha ou os Estados Unidos "terão recuperado quase completamente" e possam voltar a realizar grandes eventos públicos.
Além disso nota Bill Gates, "aprendemos muitas coisas que nos permitirão estar mais preparados para a próxima pandemia". Ainda que inevitável, se bem gerida não implicará tantos danos económicos nem chegará a 10% das mortes provocadas pelo coronavírus, considera.
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