Ahmad Joudeh é um jovem bailarino que vivia na Síria. Ameaçado pelo autoproclamado Estado Islâmico ele tem como lema "dançar ou morrer".
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Uma reportagem de um jornalista holandês mudou-lhe a vida. Deixou Damasco e partiu para Amesterdão onde, desde outubro do ano passado, dança pela paz com a companhia nacional de bailado.
Ahmad Joudeh é um jovem sem pátria. Nasceu na Síria, a mãe é de Palmira mas como o pai é um refugiado palestiniano, ele não tem direito a nacionalidade. Apesar disso, estava a dois meses de ser chamado para o exército. A lei síria obriga todos os refugiados a integrarem o exército.
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Já com a guerra em curso, ele participou na versão árabe do programa "Achas que sabes dançar?" e chegou à final. O programa tornou-o famoso e transformou-o num alvo do Daesh. As primeiras ameaças chegaram através do Facebook e depois pelo telefone mas ele recusou-se a baixar os braços. Ahmad diz que a dança foi a forma que encontrou para combater.
Foi esse espírito combativo que o levou a dançar no teatro de Palmira em 2016 quando o Daesh foi expulso pela primeira vez da cidade. Os extremistas tinham executado muita gente no mesmo palco e ele quis mostrar que o teatro era do povo e não dos fundamentalistas.
Agora em Amesterdão, liga todos os dias para casa para saber se ainda estão vivos. Sente o peso da responsabilidade por toda a gente que deixou para trás e quando está feliz tem sentimentos de culpa. Ahmad diz que neste momento dança mais pelo povo sírio do que por ele próprio.
Ouvido pela TSF ele diz esperar agora que a guerra acabe para poder regressar ao país. Ele sonha em criar o Ballet Nacional da Síria.