Germano Almeida, autor de quatro livros sobre presidências americanas, faz na TSF uma contagem decrescente para as eleições nos Estados Unidos. Uma crónica com os principais destaques da corrida à Casa Branca para acompanhar todos os dias.
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1 - A ECONOMIA JÁ FOI O TRUNFO DE TRUMP. JÁ NÃO É
Se ainda for "a Economia, estúpido", então Trump não será reeleito. Nas sondagens presidenciais, o único ponto em que Donald aparecia à frente de Joe era na gestão da Economia. Era. Deixou de ser. Na sondagem CNN de há uma semana, Biden aparece à frente de Trump neste item por 50-48. Em todos os outros pontos, a vantagem do democrata é muito maior: 55-43 em "Crime e Segurança", 57-39 no coronavírus, 58-38 sobre "qual dos dois se preocupa com alguém como você", "resolver os problemas da nação" 55-39, "manter os americanos longe do sofrimento" 55-43, "honestidade e ser confiável" 58-32. Está difícil, Donald.
2 - CINDY MCCAIN PARA O EMPURRÃO FINAL NO ARIZONA
A viúva de John McCain apoia Joe Biden e está a ser relevante na campanha no Arizona. O Arizona é um estado sulista que tem sido profundamente republicano. Só Bill Clinton, nos últimos 40 anos, e na reeleição, conseguiu quebrar esse teto de vidro. Mas nesta eleição 2020 isso pode mudar. Biden tem aparecido quase sempre à frente no Arizona, que era o estado de John McCain. Nomeado presidencial republicano em 2008, um dos últimos grandes heróis americanos, John McCain detestava o comportamento de Donald Trump. E foi, até ao fim, um dos últimos bastiões morais do Partido Republicano, que passo a passo se foi rendendo e capitulando a Donald Trump. Se Trump -- que um dia disse de John McCain que era "um falhado e não um herói porque se deixou capturar" --, perder no Arizona, o "fantasma" de McCain estará mesmo a perseguir o atual Presidente dos EUA. O passado tem sempre algo para nos dizer.
UMA INTERROGAÇÃO: Que julgamento farão os eleitores que votaram Trump em 2016 mas não fazem parte da base fiel e fanática perante testemunhos como os de John Bolton?
UMA SONDAGEM
Joe Biden 55-Donald Trump 43 (ABC/Washington Post, 6 a 9 outubro)