Germano Almeida, autor de quatro livros sobre presidências americanas, faz na TSF uma contagem decrescente para as eleições nos Estados Unidos. Uma crónica com os principais destaques da corrida à Casa Branca para acompanhar todos os dias.
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1- RAIO-X AO PROGRAMA BIDEN
Joe Biden propõe 300 mil milhões de dólares em investimento na investigação e desenvolvimento tecnológico, em áreas como o 5G e os veículos elétricos. Propõe Reforma Fiscal que aumentaria em quatro mil milhões de dólares a arrecadação fiscal, com base na eliminação quase total das "Trump Tax Cuts", o que levará a um aumento de impostos às classes média-alta e alta e às empresas. Biden acredita que, com o seu programa económico, poderá criar cinco milhões de novos empregos na indústria e na inovação. "Build Back Better" (Reconstruir Melhor) é a ideia forte da plataforma presidencial Biden. Com uma especificação para os estados da Rust Belt: "Buy American", uma versão Biden de protecionismo económico, em claro desafio ao território eleitoral de Trump 2016. Sobre a China, Biden promete manter a pressão na rivalidade comercial, mas sempre dentro das regras da OMC e do multilateralismo, abdicando assim da abordagem imprevisível da política de tarifas que Trump desenvolveu a partir de 2017. Joe quer expandir a cobertura do ObamaCare, mas sem limitar a opção privada. E quer aumentar para 15 dólares/hora o salário mínimo nacional.
2 - RAIO-X AO PROGRAMA TRUMP
Aplicar um bilião de investimento público em infraestruturas; prolongar cortes fiscais para pessoas e empresas, sendo que parte das existentes expiram no próximo mandato presidencial; cortes orçamentais nos grandes programas Medicare e Medicaid; aprofundar a oposição à China no plano comercial e tecnológico. Donald Trump volta a propor "America First" (América primeiro). As políticas restritivas na Imigração são reforçadas (fim da lotaria para o "Green Card" e fim da imigração em cadeia, baseada em ligações familiares) e está prevista a continuação da construção do muro com o México. Noutro âmbito, Trump promete, para o segundo mandato, uma segunda versão do "First Step Act", para avançar na Reforma da Justiça e da Segurança e promete manter via de acesso à posse de armas, à luz da Segunda Emenda.
UMA INTERROGAÇÃO: Será que os programas dos candidatos vão contar alguma coisa?
OS PRESIDENTES DOS EUA ENTRE 1963 E 1989
36 - Lyndon Johnson (1963-1969) Vice-Presidente: Hubert Humphrey
Partido: Democrático
Vice-presidente de John F. Kennedy, congressista pelo Texas nas duas câmaras, líder da maioria democrata no Senado no final dos anos 50, viria a tomar posse como Presidente em condições dramáticas, após o assassinato de JFK. Deixou marca durável ao criar a Grande Sociedade, com programas federais inovadores e com o Civil Rights Act de 1964.
37 - Richard Nixon (1969-1974) Vice-Presidentes: Spiro Agnew e Gerald Ford
Partido: Republicano
Vice-presidente de Eisenhower durante oito anos, perdeu para Kennedy as eleições de 1960. Mas ganharia em 1968, aproveitando a não recandidatura do Presidente Johnson, do lado democrata. O Vietname e o "Watergate" viriam a marcar uma presidência que terminou com a própria demissão na véspera de poder ter sido afastado por "impeachment" no Senado.
38 - Gerald Ford (1974-1977) Vice-Presidente: Nelson Rockefeller
Partido: Republicano
Tomou posse após a resignação de Nixon, em ambiente muito tenso na política americana. É, até hoje, o único americano a ter sido Presidente e vice-presidente sem nunca ter sido eleito pelo Colégio Eleitoral. Perdeu as eleições de 1976 para o democrata Jimmy Carter.
39 - Jimmy Carter (1977-1981) Vice-Presidente: Walter Mondale
Partido: Democrático
Governador e senador pela Geórgia, colocou os democratas de regresso à Casa Branca, depois dos anos Nixon e Ford. Ganhou com grande margem em 1976, mas falharia a reeleição em 1980 para Ronald Reagan.
40 - Ronald Reagan (1981-1989) Vice-Presidente: George H.W. Bush
Partido: Republicano
Ator, governador da Califórnia por oito anos, foi dos Presidentes mais populares e marcantes da História da América. Voz influente do Conservadorismo americano, prometeu "uma nova manhã para América". Defensor do pequeno governo, promoveu a distensão com a URSS, na Guerra Fria, em conjunto com Gorbachov, que levaria à queda do Muro de Berlim.