Um relatório apresentado em Cádis, onde começa hoje a XXII Cimeira ibero-americana, diz que a América Latina deve crescer 4% em 2013, apesar das incertezas a nível mundial.
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O relatório, preparado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e pela Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) das Nações Unidas, defende que crise europeia, as possibilidades de uma contração fiscal adicional nos Estados Unidos e a desaceleração de economias como a China e a Índia podem, condicionar o crescimento da região.
Em causa, nota o relatório, estão questões como as exportações, nomeadamente de matérias-primas, ainda que o impacto seja variado, dependendo do mercado interno e dos destinos de cada um dos países da região.
Do lado positivo, está o cenário financeiro da região, que regista uma dívida pública média de 39% do PIB e uma posição «de pouco risco» na exposição da dívida ao exterior, refere o documento.
Neste cenário, o relatório adverte da necessidade de fortalecer a diversidade produtiva e de corrigir a «persistente heterogeneidade estrutural», com planos que, ao mesmo tempo «garantam coerência entre as políticas de estabilização a curto prazo e as medidas estruturais» a mais longo prazo.
«Para manter e consolidar os avanços na redução da pobreza e a desigualdade dos últimos anos, há que aumentar o nível de potencial crescimento e torná-lo mais inclusivo», refere o texto.
Na sua análise, os autores do documento defendem igualmente a necessidade de redirecionar as políticas públicas para «potenciar as PME como agentes de mudança estrutural», reconhecendo-as como «atores chave para o potencial crescimento da América Latina».
O reforço da internacionalização das PME é, aliás, um dos temas centrais da cimeira que decorre até sábado em Cádis, reconhecendo o facto de que representarem 99% do total de empresas e 67% do emprego na região.