Organização não-governamental acusa o governo de Nicolas Maduro de atropelar todos os direitos humanos para combater o crime e usar a força contra a população mais vulnerável.
Corpo do artigo
A Amnistia Internacional (AI) denuncia que na Venezuela apenas entre 2015 e junho de 2017 já houve mais de 8.200 execuções extrajudiciais.
Segundo esta organização não-governamental, supostamente para atacar o crime nas ruas o governo de Nicolas Maduro está a implementar medidas repressivas. São os mais pobres e também jovens da sociedade que estão a ser vitimas de homicídios por parte da policia.
Pedro Neto, diretor executivo da Amnistia Internacional em Portugal refere que "muitos são pais de famílias, com filhos menores que são assassinados nas suas casas, à frente da própria família". "Aquilo que pedimos é que o governo mude e que as forças de segurança o sejam efetivamente", afirma.
Segundo este relatório da Amnistia Internacional, no último ano 95% das vitimas sujeitas às mãos das forças policiais foram homens jovens, com idades compreendidas entre os 12 e os 44 anos que viviam nos bairros mais pobres do País. De acordo com a AI o Estado venezuelano está também a falhar no seu dever de investigar e punir as constantes violações dos direitos humanos.,
Em vez disso, acrescenta a Amnistia Internacional, o governo afirma que matar gente no contexto de operações de segurança é uma prática de sucesso.
Por isso, dada a escalada de violência que se verifica, a AI deixa o apelo ao governo de Nicolas Maduro para que, se não consegue controlar a situação" peça ajuda às próprias organizações internacionais, nomeadamente à ONU".
Esta organização não-governamental considera que a Venezuela está a passar pela pior crise de direitos humanos da sua história, e apela ao governo do País para que instaure um plano de segurança de modo a acabar com a impunidade e assegurar julgamentos justos.