No Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Amnistia Internacional defende que é preciso olhar para a crise sanitária de forma pragmática, lembrando que de nada serve vacinar apenas uma fração do mundo, já que a pandemia só se vence quando grande parte da população mundial estiver imune.
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A Amnistia Internacional pede mais solidariedade entre países para que a vacina contra a Covid-19 possa chegar a todos. Pedro Neto, diretor-executivo da organização em Portugal, considera que "a pandemia só se vence quando a maioria da população do mundo estiver imune e vacinada".
O porta-voz da Amnistia Internacional Portugal lembra que, enquanto os países mais ricos "se apressaram a garantir milhões de doses para si próprios", as nações mais pobres estão a ficar para trás, sem conseguirem ter acesso à vacinação.
"Ou porque não têm condições para reservar, ou porque não têm condições de pagar as vacinas, também por estarem sufocados com dívidas públicas externas muito grandes, e isto exige uma resposta não nacional ou nacionalista, mas internacional", defende.
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No Dia Internacional dos Direitos Humanos, Pedro Neto alerta para as consequências da pandemia, que colocou em causa o acesso ao direito à saúde, mas também a outros direitos básicos e fundamentais.
No caso do direito à habitação, a organização lembra que "dezenas de milhares de famílias em Portugal não têm acesso a uma habitação condigna e não conseguiram fazer um melhor confinamento".
Pedro Neto destaca também o abrandar dos discursos populistas e de ódio no início da crise de saúde pública por parte de "partidos e movimentos mais extremados". Contudo, "assim que se começou a notar algum cansaço na sociedade, algum ambiente mais de contestação", Pedro Neto refere que "esses movimentos e esses políticos ganharam de novo tração e começaram a cultivar a discórdia, porque é esse também o ambiente favorável ao seu crescimento".
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