A Amnistia Internacional acusa as autoridades angolanas de responsabilidades na morte e desaparecimento de pessoas que se manifestaram contra o governo, num relatório em que aponta violações sistemáticas de direitos consagrados na Constituição do país.
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No relatório de 45 páginas, em inglês, com o título "Punishing Dissent: Suppression of Freedom of Association and Assembly in Angola" apontam-se casos concretos em que as autoridades angolanas atuaram contra manifestações antigovernamentais dirigindo recomendações ao governo do MPLA e ao chefe de Estado José Eduardo dos Santos.
A investigação é divulgada pouco antes da tomada de posse de Angola como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para os próximos dois anos, assim como a de Portugal como país membro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, a partir de janeiro, para o próximo triénio.
No caso concreto dos alegados desaparecimentos de manifestantes são referidos dois casos ocorridos em 2012 e outro em 2013 em que se suspeita de envolvido arbitrário das autoridades.
No longo relatório são feitas recomendações ao Presidente e governo angolanos para interceder junto das autoridades e garantir o respeito pelos direitos humanos, travando a violência sobre manifestações pacíficas, incluindo protestos antigovernamentais protegidos pela Constituição angolana e por tratados internacionais ratificados pelo país.