Amnistia Internacional critica impunidade da violação de direitos humanos pela CIA
A Amnistia Internacional considerou hoje que os atos de tortura praticados pela CIA após os atentados de 2001 contra Nova Iorque demonstram a impunidade das violações contra os direitos humanos em «nome da segurança nacional».
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Em comunicado, a organização não-governamental refere que apesar das provas que durante anos foram sendo reveladas, ninguém foi processado pela autorização das torturas.
No relatório divulgado na terça-feira pela Comissão sobre Serviços de Informações do Senado dos Estados Unidos, indica-se que a CIA levou a cabo interrogatórios «mais brutais» do que tinha sido admitido anteriormente.
«Apesar das muitas provas que já foram reveladas durante anos ninguém foi levado perante a Justiça por autorizar ou praticar atos (de tortura) no quadro dos programas da CIA», diz a diretora da Amnistia Internacional para o continente americano, Erika Guevara Rosas.
A organização com sede em Londres acrescenta que o acesso à Justiça por parte daqueles que foram vítimas dos abusos foi bloqueado de forma sistemática pelas autoridades dos Estados Unidos, sob o argumento de que se tratava de um segredo de Estado.
Apesar de limitadas, as revelações provam «perante o mundo o fracasso total dos Estados Unidos pela impunidade permitida a todos os que autorizaram ou praticaram a tortura e maus tratos». «Isto é uma chamada de atenção aos Estados Unidos, que devem revelar a verdade sobre as violações», acrescentou Guevara Rosas.
Para a Amnistia Internacional, os métodos utilizados foram a tortura «em vez» do direito internacional. A organização solicita também a publicação integral do relatório, já que o que foi tornado público na terça-feira é apenas uma parte de um total de 6.600 páginas, coligidas pelo Senado após cinco anos de investigações.