A organização diz que o governo do Sudão usou armas químicas no Darfur, pelo menos, 30 vezes desde o início do ano.
Corpo do artigo
A Amnistia Internacional afirma que entre 250 a 500 pessoas terão morrido desde o início do ano, muitas das quais crianças. A organização tem provas de que entre janeiro e setembro várias aldeias do Darfur foram alvo de sucessivos ataques com armas químicas. Há ainda provas de bombardeamentos indiscriminados contra civis, massacres, sequestros e violações.
O relatório, de quase 100 páginas contém fotografias de crianças com queimaduras químicas, imagens de satélite de aldeias destruídas e de deslocados, entrevistas com mais de 200 sobreviventes e uma análise de especialistas em armas químicas.
A Amnistia Internacional afirma que os ataques fazem parte de uma operação militar contra o grupo rebelde Exército de Libertação do Sudão, que Cartum acusa de fazer emboscadas a colunas militares e de atacar civis.
A diretora de Respostas a Crises da Amnistia afirma que dezenas de milhares de pessoas abandonaram as suas casas desde que a ofensiva começou, no início do ano, contra o bastião rebelde de Jebel Marra.
Para a Amnistia, estes ataques equivalem a crimes de guerra e a crimes contra a humanidade. O Darfur está em guerra desde 2003, quando os rebeldes da minoria étnica se revoltaram contra o presidente Omar Al Bashir. De acordo com as Nações Unidas, pelo menos 300 mil pessoas já perderam a vida e há cerca de 2 milhões e meio de deslocados.