Num relatório publicado esta quarta-feira, a Amnistia pede o encerramento do centro de detenção de Giwa, onde ocorreram as mortes.
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A organização de defesa dos direitos humanos já havia denunciado anteriormente o tratamento "desumano" a que são sujeitos os detidos neste estabelecimento de Giwa, no nordeste da Nigéria, um centro de detenção para suspeitos de pertencerem ao grupo extremista Boko Haram, .
Num novo relatório publicado esta quarta-feira, a Amnistia Internacional denuncia a morte, desde janeiro, de pelo menos 149 pessoas neste centro de detenção, incluindo 12 crianças, uma delas com cinco meses.
A AI considera que a morte de crianças em "condições atrozes", quando estavam dentro de "um centro de detenção militar", é simultaneamente "comovente e horrenda".
O centro de Giwa deve "fechar imediatamente" e todos os detidos devem ser libertados ou entregues a autoridades civis, defende a AI.
O relatório da AI, feito com base em relatos de antigos detidos e de outras testemunhas, denuncia que as vítimas morrem de fome, doenças, desidratação ou ferimentos.
Em março, estavam detidas em Giwa 1.200 pessoas, incluindo 120 crianças. O centro está sobrelotado e as condições de detenção têm vindo a piorar, resultado, em boa parte, da ofensiva militar em curso contra o Boko Harem, que levou a detenções em massa.
Os militares nigerianos nunca negaram que detêm também crianças.
A AI denuncia que todas estas pessoas são detidas e permanecem neste centro sem serem sujeitas a qualquer processo e sem terem acesso a um advogado.