A conclusão consta de um relatório da Amnistia Internacional sobre a evolução dos Direitos Humanos depois das revoluções da "Primavera Árabe".
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A não ser que os governos dos países do Médio Oriente e Norte de África e também as potências internacionais despertem para a dimensão das mudanças que lhes são exigidas, a violência e a repressão de Estado deverão continuar este ano.
A Amnistia Internacional destaca que os movimentos de protesto não mostram sinais de quererem abandonar os ambiciosos objectivos ou aceitarem reformas incompletas apesar da violência, que a Amnistia classifica como extrema, a que os governos do Médio Oriente e Norte de África têm recorrido.
No relatório, dedicado aos Direitos Humanos, é também criticada a dualidade de critérios dos líderes europeus e árabes.
A Amnistia Internacional entende que a resposta aos acontecimentos de 2011, por parte das potências internacionais e dos organismos regionais, como a União Africana, a União Europeia ou a Liga Árabe, tem sido inconsistente.
No documento pode ler-se que os Direitos Humanos foram apontados como uma razão para justificar a intervenção militar na Líbia, mas o Conselho de Segurança das Nações Unidas emitiu apenas uma declaração pública a condenar a violência na Síria, no final do ano.
Sobre os países da chamada "Primavera Árabe", a Amnistia chama a atenção para o caso do Egipto, onde só num ano foram julgados mais civis por tribunais militares do que nos 30 anos do regime de Hosni Mubarak, e o número de mortos vítimas da repressão ultrapassa os 900.