Yahaya Aminu Sharif foi condenado a pena de morte devido ao conteúdo de uma música.
Corpo do artigo
A organização não-governamental Amnistia Internacional pediu esta quinta-feira às autoridades do estado nigeriano de Kano a anulação da sentença de morte, proferida por um tribunal islâmico, contra um cantor nigeriano acusado de blasfémia contra o profeta Maomé.
Um tribunal que aplica a Sharia - a lei islâmica em vigor em muitos estados de maioria muçulmana no norte da Nigéria - condenou, na segunda-feira, Yahaya Aminu Sharif, um músico de 22 anos, a ser enforcado, depois de a transmissão de uma das suas canções nas redes sociais ter provocado um motim na cidade.
Os manifestantes atearam fogo à sua casa e exigiram a sua prisão.
"Isto é uma farsa de justiça. Existem dúvidas reais sobre a justiça deste julgamento", disse Osai Ojigho, diretor da Amnistia Internacional na Nigéria.
"A sentença viola os termos do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, que a Nigéria assinou e que restringe a pena de morte a crimes como o homicídio", acrescentou o dirigente da organização de defesa dos direitos humanos, apelando à "libertação imediata e incondicional" do cantor.
Os tribunais islâmicos no norte da Nigéria operam em paralelo com o sistema judicial estatal e já proferiram sentenças de morte por adultério, homicídio e homossexualidade, sem que até à data tenham ocorrido quaisquer execuções.