A eurodeputada Ana Gomes entende que as decisões tardias da Europa «extremaram posições» na Grécia e que a opção para o primeiro-ministro grego seria «precipitar eleições» com a direita, «principal responsável de toda a situação de engano».
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A eurodeputada Ana Gomes entende a decisão do primeiro-ministro grego de submeter a referendo o acordo europeu que prevê a redução em 50 por cento da dívida grega, uma vez que este é o único desfecho possível dado a grave situação vivida no país.
Ouvida pela TSF, a deputada socialista adiantou que as «medidas tomadas tarde e a más horas pelos líderes europeus para debelar um problema que à partida era mínimo e representava dois por cento do PIB europeu extremaram posições na Grécia».
«Penso que o primeiro-ministro Papandreou foi levado a esta fuga para a frente com o referendo porque a alternativa seria eventualmente o precipitar de eleições com o partido de direita, que foi o principal responsável de toda a situação de engano e embuste nas contas e aldrabice pegada nos orçamentos e utilização de fundos europeus», acrescentou.
Ana Gomes explicou ainda que a direita poderia regressar ao poder na Grécia «numa conjuntura propícia à demagogia e ao populismo e obviamente aí o problema seria maior não apenas para a Grécia, mas também para toda a Europa».